Viver Melhor
Se não soubesse sua própria idade, quantos anos você se daria?
Quando se fala em longevidade logo se pensa em uma vida longa, claro, mas também cheia de saúde, livre de doenças físicas. Para ajudar nesse objetivo, a prática de esportes, a alimentação balanceada e um bom sono são importantíssimos. Mas também é preciso lembrar da saúde mental como forma de nos mantermos longevos. E a ciência já tem evidências de que a saúde do cérebro é fundamental, assim como nossa “idade subjetiva”, ou seja, aquela com que nos avaliamos mais jovens ou velhos, para além da idade biológica.
Isso porque, a percepção pessoal de idade que temos sobre nós mesmos impacta em nossa disposição para buscar a vitalidade. Trocando em miúdos, como nos vemos no espelho e quanto esperamos viver refletem em nosso próprio autocuidado.
Assim, é preciso estar atento para não se boicotar: sabe-se que, hoje, o ser humano tem mais conhecimento sobre seu processo de saúde e doença, mas não é raro que este relógio psicológico avalie de forma pessimista como somos e como nos comportamos quando pensamos nas chances de garantir um futuro longo e saudável. Porém, quem acredita que vai morrer logo pode acabar contribuindo para isso, com menos cuidados pessoais para mudar essa visão.
Outros tempos
Por outro lado, durante muitas décadas, quando alguém falava abertamente que se sentia mais jovem era visto como uma pessoa que estava lutando contra sua idade, como num mecanismo de defesa psicológica do sujeito contra os estereótipos negativos da idade ou resultado de comparações sociais.
Acreditava-se que essa sensação de jovialidade estaria ligada ao sentimento de não se enquadrar socialmente à velhice, uma ideia que, hoje, felizmente está ultrapassada. Aos olhos da ciência, a compreensão subjetiva da própria idade vem sendo, inclusive, apontada como um bom indicador de saúde. É o que sugere um estudo da Universidade de Nacional de Seoul (Coreia do Sul).
Os 68 idosos saudáveis participantes da pesquisa foram submetidos a análises sobre como se sentiam em relação à própria idade em comparação à idade mental e, posteriormente, fizeram exames de ressonância magnética. E para os pesquisadores, há bons sinais de que uma pessoa que se sente mais jovem tende a ter, de fato, marcadores de envelhecimento biológico menos acentuados.
Constatou-se que os voluntários que se sentiam com uma cabeça mais jovial possuíam mais massa cinzenta do que os que haviam relatado sentir-se com a idade que realmente tinham ou mais velhos. Além disso, o primeiro grupo apresentou melhores resultados em testes de memória e demonstrou estar menos suscetível a sintomas de depressão.
Com isso, pode-se entender que a sensação de ser mais jovem não é somente resultado de uma construção social, mas resultado de uma percepção indireta do próprio envelhecimento neurobiológico, o que torna ainda mais necessário centrar nossa atenção em uma condição de vida mais saudável.
Com informações de Jornal O Tempo