O que esperar da economia brasileira em 2022?

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O primeiro aumento dos combustíveis foi anunciado logo na segunda semana de 2022. Cada alta vem pressionando a inflação, como aconteceu em 2021, quando a meta inflacionária de 3,75% estourou e bateu em 10,06%, segundo o IBGE. A estimativa para 2022 é de metade deste percentual: 5,03% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A meta, no entanto, é de 3,5%.

A projeção é do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. O documento reúne as expectativas de diversos analistas de mercado e traz outras estimativas para a economia nacional ao longo do ano.

Em 2022 o Produto Interno Bruto (PIB) dever subir apenas 0,28%, colocando a economia brasileira em “recessão técnica”. A taxa básica de juros, a Selic, pode fechar o ano em 11,75%, aumentando o custo de vida do brasileiro. Como crédito e consumo andam juntos, isso significa que empréstimos e financiamentos ficam mais caros, enquanto o nível de consumo tende a diminuir, já que o custo dos produtos e serviços aumenta também.

De modo geral, uma elevação da Selic beneficia os investimentos em renda fixa, cuja remuneração é baseada em juros, como títulos públicos do governo federal, CDBs emitidos pelos bancos e letras de crédito, entre outras opções. O dólar deverá ter comportamento bastante volátil, em torno de R$ 5,60, e os fatores de risco são a alta na taxa básica de juros dos Estado Unidos, que pode ocorrer nesse semestre, o avanço da variante Ômicron – ou de qualquer nova que vir a surgir — do coronavírus, assim como o ambiente interno.

Além dos combustíveis, habitação, alimentação e bebidas também impactam na inflação. Uma taxa recorde de produção de grãos pode aliviar a pressão inflacionária dos alimentos. Porém, um risco para esta previsão é a desvalorização do real, que tende a estimular a exportação destes produtos, reduzindo a oferta no mercado interno. Isso quer dizer, na prática, preços em alta.

Neste cenário, o mercado de trabalho perde força, registrando taxas de desemprego em quedas bem mais lentas. A taxa atual está 12,6% (13,5 milhões de desempregados). A recuperação modesta em 2022 tende a ser puxada por trabalhadores informais e por conta própria.

Os números podem ser alterados para cima ou para baixo nas próximas semanas e meses. Porém, desde já indicam que, para o cidadão comum, todo movimento que gera impacto financeiro deve ser bem pensado em 2022.

Com informações do IBGE, BBC Brasil, InfoMoney, Invest Exame e Valor Econômico

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