A sobrecarga da geração sanduíche e seus desafios financeiros e de saúde

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Imagine estar no centro do núcleo familiar, com responsabilidades e demandas vindas de todos os lados. Essa é a realidade da geração sanduíche, um grupo de pessoas adultas, entre os 40 e 50 anos de idade, que cuida, ao mesmo tempo, dos pais idosos, dos próprios filhos e, em alguns casos, dos netos.

O termo foi criado pela assistente social Dorothy A. Miller em 1981 e se refere a um fenômeno que pode afetar qualquer pessoa cujos pais e filhos precisem de apoio ao mesmo tempo.

Mas como essa geração se formou e quais são os desafios e as consequências para as finanças pessoais e para a saúde dessas pessoas “ensanduichadas”?

O fenômeno foi reconhecido no final do século XX, quando as mudanças na expectativa de vida e uma idade mais avançada para engravidar significavam que as mães, muitas vezes, tinham filhos pequenos e pais frágeis ao mesmo tempo.

Quem assume a responsabilidade social, emocional e econômica de três gerações – uma atribuição mais da mulher – reduz o tempo para o autocuidado. A sobrecarga pode levar à fadiga e ao estresse, colocando em risco a saúde física e mental.

Outro desafio é o financeiro, que foi agravado com a pandemia de Covid-19. Os gastos pesam sobre o orçamento da família e podem fugir do controle se não houver planejamento.

Nas finanças, os pais idosos ainda podem contribuir com a aposentadoria, mas não filhos pequenos ou que ainda não entraram no mercado de trabalho.

Um estudo da Universidade de Michigan (EUA) mostrou que 36% dos mil entrevistados da “geração sanduíche” haviam alegado problemas financeiros. O percentual é o dobro do relatado por pessoas que cuidavam apenas de uma geração. No Brasil não há estudo semelhante.

A necessidade de dar suporte financeiro a pais idosos, filhos e até netos leva essa geração a se ver obrigada a adiar a própria aposentadoria, ao mesmo tempo que tenta administrar a vida profissional, quando possível, e construir o próprio pós-carreira.

A geração sanduíche faz um trabalho hercúleo e também precisa ser cuidada.

Com informações de Saúde Business, BBC News Brasil, Economia e Negócios e Universidade Federal de Sergipe

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