Saúde mental dos jovens exige atenção e ação conjunta

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Entre 2014 e 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um aumento expressivo nos atendimentos a jovens de 15 a 19 anos com sintomas de transtornos de ansiedade. O número de casos saltou de 1.534 para 53.514, representando um crescimento superior a 3.300% em uma década.

Há múltiplos fatores que podem influenciar a saúde mental das pessoas. Um deles é o chamado “estresse financeiro” — a pressão gerada pela falta de recursos — que, embora afete diretamente os adultos, pode impactar os jovens de forma indireta. A tensão vivida pelos pais, as dificuldades enfrentadas pela família e a percepção de limitações materiais no cotidiano podem gerar sentimentos de ansiedade, irritabilidade e exclusão social.

Jovens têm apresentado sinais recorrentes de sofrimento emocional, como insônia, estresse crônico e dificuldades de adaptação social. Em situações mais graves, o ambiente familiar marcado por instabilidade financeira pode contribuir para sentimentos de culpa, baixa autoestima e até quadros depressivos.

Nesse contexto, a educação financeira surge como uma ferramenta importante para promover autonomia, reduzir inseguranças e fortalecer o bem-estar emocional. Ao aprender a lidar com dinheiro de forma consciente — mesmo que ainda dependam dos pais — os jovens desenvolvem habilidades para planejar, tomar decisões e compreender os limites da realidade financeira familiar, o que pode reduzir a ansiedade relacionada ao consumo e às expectativas sociais.

Planejar o futuro desde já pode ser um excelente conforto emocional, por isso, é importante considerar aderir a um plano de previdência privada como investimento de longo prazo. Não é para o “fim da vida”, é para o começo da sua liberdade. O jovem que investe hoje não está sendo velho, está sendo o agente de sua própria autonomia.

 

Prevenção por meio de uma rede de proteção

O acompanhamento preventivo também é essencial para o desenvolvimento emocional dos jovens. A atuação conjunta entre escola e família permite identificar precocemente sinais de sofrimento psíquico e encaminhar os adolescentes ao suporte adequado. O diálogo entre professores, responsáveis e profissionais de saúde é um dos pilares dessa rede de proteção.

Desde 2019, a Lei 13.935 garante atendimento psicológico nas escolas públicas de educação básica. Outras propostas legislativas, como o Projeto de Lei 4.928/2023 — que propõe incluir o direito à saúde mental no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) — aguardam discussão no Congresso Nacional. Apesar dos avanços, a implementação enfrenta obstáculos, como a escassez de profissionais especializados, especialmente em áreas rurais e periferias urbanas, o que limita o acesso a atendimentos contínuos e de qualidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça a importância de buscar apoio especializado com psicólogos e psiquiatras, além de adotar hábitos saudáveis como forma de prevenção e tratamento. Prática regular de atividades físicas, sono adequado, alimentação equilibrada e vida social ativa são aliados da saúde mental. Por outro lado, o consumo de álcool e drogas ilícitas tende a agravar os sintomas.

A OMS também alerta para sinais que podem indicar transtornos como ansiedade — medo constante, preocupação excessiva, irritabilidade e evasão de situações sociais — e depressão, caracterizada por baixa autoestima, culpa intensa, dificuldade de concentração e sensação persistente de cansaço. O diagnóstico, no entanto, deve ser sempre realizado por profissionais capacitados.

Com informações do Portal Terra, Correio Braziliense e G1

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