Quase metade dos jovens brasileiros já está inadimplente

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De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 46% dos jovens, entre 25 e 29 anos, estão inadimplentes no Brasil. Na faixa etária entre 18 e 24 anos a proporção é de 19%. Somados, esses jovens de 18 a 29 anos representam cerca de 12,5 milhões de pessoas.

A questão é grave, uma vez que o endividamento no início da vida adulta pode gerar prejuízos para o futuro dos jovens. Mesmo havendo uma pressão menor por gastos, nessa fase da vida há menos questionamento sobre o custo do crédito e mais exposição ao apelo do consumo.

O fato é que a juventude tem resistência a se privar financeiramente e a economizar para o futuro. Isso pode ser explicado pela expectativa de inclusão, que leva a extrapolar gastos sem medir as consequências da inadimplência, ou ainda por endividamentos causados pelos custos de faculdade e outras contas envolvendo a graduação, entre outras causas.

Na maioria das vezes, o jovem não tem consciência dessas ciladas financeiras. Basta ver a rotina de quem nunca desenvolveu ou foi estimulado para o hábito de poupar desde cedo, em casa ou na escola. É muito difícil que faça intuitivamente controle de custos e reserva financeira sem ter recebido orientação.

Na Europa, alguns jovens estão escolhendo viver modestamente para se aposentar cedo

Indo em outra direção, alguns jovens europeus estão adotando um estilo de vida conhecido por “FIRE” – o acrônimo em inglês para Financial Independence, Retire Early (ou Independência Financeira, Aposente-se Cedo, em tradução livre). Eles são identificados por viverem uma rotina austera, economizando metade de sua renda ou mais entre os 20 e os 40 anos, para se aposentar antes dos 50 anos de idade.

O objetivo é ter uma poupança suficiente, ao viver da maneira mais simples, para que possam se dedicar a fazer algo mais do que buscar mais dinheiro ou batalhar por promoções na profissão.

Obstinado em economizar para a aposentadoria, esse novo perfil de jovens contradiz uma outra corrente: a dos millennials, cuja maioria não poupa o suficiente para quando deixar de trabalhar. No Reino Unido, os millenials poupam, em média, 4,6% do seu salário para a aposentadoria. Já os seguidores do FIRE economizam metade de sua renda ou mais.

Mas o hábito de economizar não se dá de forma aleatória: a matemática é utilizada para saber quanto dinheiro é necessário para se aposentar aos 40. E embora os participantes do movimento FIRE desejem se aposentar cedo, a meta não é abandonar o trabalho e não fazer nada até morrer, mas sim ter mais flexibilidade para fazer o que querem, aproveitando melhor seu futuro e aposentadoria.

Com informações do Jornal Estado de Minas e BBC Brasil

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