Propósito de vida pode reduzir riscos de mortalidade, afirmam cientistas

Dois cientistas das Universidades de Carleton, no Canadá, e Rochester, nos Estados Unidos, estudaram os impactos de se ter um objetivo na vida como um indicador de envelhecimento saudável, incluindo o seu potencial para reduzir o risco de mortalidade. E, para eles, pode-se considerar este um dado confirmado: encontrar um propósito pessoal pode adicionar anos de vida, além de proporcionar mais bem-estar.

De acordo com os pesquisadores, esses benefícios não são específicos de uma cultura nem do momento atual; pesquisas anteriores também demonstraram efeitos semelhantes de um senso de “ikigai”, ou uma “vida digna de ser vivida”, em uma amostra japonesa. Segundo os cientistas, referências bibliográficas de outras pesquisas acadêmicas também dão conta que adultos mais velhos com propósito experimentam um risco de mortalidade menor.

No entanto, os estudos se concentraram em adultos de meia-idade tardia (todas as amostras tinham idades médias maiores que 60 anos), deixando pendente a necessidade de determinar se um efeito semelhante pode ser encontrado entre os adultos mais jovens ou indivíduos cujo risco de mortalidade pode ser precoce.

Para verificar se o objetivo de vida e seus benefícios de longevidade eram semelhantes entre todos os participantes da pesquisa, examinou- se dados de amostras feitas pela população nos Estados Unidos (MIDUS). O estudo demonstrou não só a influência do objetivo de vida, mas que um objetivo maior prediz maior longevidade.

Mas atenção, não há amostras de um padrão claro: o conteúdo ou o caráter dos objetivos das pessoas varia com a idade e a quantidade de tempo percebida como restante na vida. Assim, os objetivos na vida não precisam necessariamente ser focados na longevidade, mas seguramente impactam em um envelhecimento mais saudável, ainda que as pessoas enfrentem riscos de mortalidade muito diferentes ao longo da vida adulta.

Além disso, os benefícios do objetivo não dependem de estar ou não aposentado. Pelo contrário, com o início da aposentadoria, ter um objetivo de vida pode ser benéfico também para combater a perda da estrutura e organização da rotina que era experimentada antes.

Com informações de Saúde Abril