Pandemia impulsiona hábitos de consumo consciente

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Do que precisamos de verdade para viver e ser feliz? Hábitos de consumo consciente e um estilo de vida mais sustentável cresceram em 2020 como um efeito colateral positivo da pandemia do coronavírus. E pesquisas apontam que essas mudanças vieram pra ficar.

Uma pesquisa nacional feita pelo Instituto Locomotiva apontou que 42% dos entrevistados pretende comprar menos nos próximos meses comparado ao que gastavam antes da pandemia. Esses dados projetados para a população brasileira representam cerca de 69 milhões de pessoas.

O instituto de pesquisa indica que a queda no consumo não é apenas um reflexo de redução de renda. Representa uma mudança mais estrutural causada pelo período de distanciamento social: o período prologado em casa provocou reflexões sobre as reais necessidades de cada um. E a freada nas compras vem sendo constada em todas as classes sociais.

Outro levantamento, realizado pela consultoria Bain & Company, confirma a tendência de redução de consumo para os próximos 12 meses. A pesquisa, feita com 1.600 pessoas no final de junho, aponta que em todos os segmentos avaliados o número de pessoas que pretende gastar menos é maior do que o dos que devem aumentar gastos.

O relatório “O novo consumidor pós-Covid”, feito pela empresa de consultoria McKinsey & Company, aponta que estão acontecendo mudanças profundas em valores e mentalidades, que irão definir novos hábitos de consumo, com mais propósito. Entre essas transformações, a consultoria aponta uma atuação com mais prevenção e planejamento, reconexões afetivas, consciência ao consumir e preocupação com o planeta e a sociedade em primeiro lugar.

Alimentação e reciclagem

Além de diminuir os gastos com supérfluos, a pandemia também provocou um aumento da preocupação com a destinação de resíduos e com a qualidade dos alimentos consumidos.

Um balanço feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontou aumento de 28% na coleta de resíduos recicláveis em todo o país no mês de maio, período em que grande parte das cidades do país enfrentava a quarentena. O levantamento considera apenas o lixo doméstico e foi feito com operadores de diversos municípios, de diferentes portes e regiões, que representam 60% do mercado de limpeza urbana do Brasil.

Pessoas que precisaram ficar em casa também buscaram aprender a preparar os próprios alimentos e fazer escolhas de qualidade. A chefe Rita Lobo, que há 20 anos ensina culinária em um site na internet, com livros lançados e um programa de TV, fez sucesso na quarentena ensinando a fazer arroz com feijão, literalmente.

Defensora da “comida de verdade”, feita com ingredientes frescos e saudáveis, criou o quadro “Rita, Help!” em seu canal no YouTube para ensinar a preparar pratos básicos e tirar dúvidas. Nesse período, seu número de seguidores nas redes sociais aumentou expressivamente – no Facebook, passou de 500 mil para 1 milhão.

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