Os aposentados brasileiros e a perspectiva de quem está chegando lá

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O Dia do Aposentado é agora, 24 de fevereiro, e os últimos meses mostraram os holofotes voltados para essa categoria por conta de assuntos como a Reforma da Previdência, proposta pelo Governo Federal, e outras questões que envolvem esse contingente de pessoas. Esse é só um dos motivos para valorizar a data, que é uma boa oportunidade para refletir, discutir e entender sobre o assunto. Quem são essas pessoas e como anda a vida para quem é aposentado em terras brasileiras?

Segundo a Secretaria da Previdência Social, o Brasil tem hoje pouco mais de 19 milhões de aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Atualmente, o brasileiro se aposenta, em média, aos 58 anos e de cada três aposentados, dois ganham um salário mínimo. Nas últimas décadas, o Brasil viu sua população idosa aumentar em um ritmo mais rápido do que o previsto e esses números tendem a mudar o cenário dos próximos anos.

Um estudo do IBGE mostrou que isso está acontecendo devido à mudança no ritmo de vida e de trabalho das últimas décadas que fez com que acontecesse a queda da fecundidade e aumento da expectativa de vida do brasileiro, que subiu para 74,9 anos. Assegurar o bem-estar da população mais velha e equilibrar as contas da seguridade social é hoje um desafio para o Governo Federal e para a população que precisa ficar mais atenta em relação a alternativas, além da Previdência Social.

E depois?

Um dado interessante sobre a aposentadoria no Brasil veio de um estudo recente feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL): mais de um terço das pessoas acima de 60 anos que já estão aposentadas continuam trabalhando. A proporção é de 33,9%. Considerando os aposentados que têm entre 60 e 70 anos, o percentual dos que trabalham sobe para 42,3%.

A principal justificativa entre os aposentados que ainda trabalham é a necessidade de complementar a renda. Para 46,9%, a aposentadoria não é suficiente para pagar as contas e despesas pessoais. Já 23,2% dizem que continuam no mercado para manter a mente ocupada e 18,7%, para se sentirem mais produtivos. Outros 9,1% dizem que precisam trabalhar para ajudar familiares.

Entre os aposentados que continuam no mercado, a maioria, com 17%, são profissionais autônomos. Outros 10% são trabalhadores informais ou fazem bicos, enquanto 2,1% são profissionais liberais. Os que são funcionários de empresas privadas somam 1,7%. A aposentadoria e o recebimento de pensão são a principal fonte de renda para 74,6% dos idosos brasileiros.

A pesquisa ainda aponta que, para 23,4% dos aposentados, a renda atual não é suficiente para atender a todas as necessidades. Mesmo assim, 9 em cada 10 idosos (95,7%) contribuem ativamente para o sustento financeiro da casa, sendo que em mais da metade dos casos (59,7%) eles são os principais responsáveis.

Por fim, outro dado sobre aposentados que continuam a trabalhar chama a atenção: 70,7% dos que ainda trabalham têm sentimentos positivos sobre a situação. Entre essas pessoas, 38,8% dizem que sentem satisfação pessoal por trabalhar, enquanto 19,7% dizem que sentem orgulho. Já outros 28,3% relatam sentimentos negativos sobre a necessidade de trabalhar após a aposentadoria.

Outros rumos

Para aqueles que conseguem parar de trabalhar porque conseguiram a aposentadoria social ou um bom recurso por outros meios, as alternativas para o fim da jornada de trabalho são muitas. O tempo livre pode ser bem aproveitado para viagens planejadas, visitas aos familiares e amigos, cursos que sempre quiseram fazer e outros sonhos que estavam parados. Nesse ponto, a dica vale para os mais novos: é importante pensar no futuro sim.

Uma pesquisa da consultoria Accenture feita em diversos estados do Brasil, mostrou que 90% dos entrevistados diziam se preocupar com sua situação financeira após a aposentadoria. Contudo, menos de 6% tem algum investimento para complementar sua renda no futuro. Os números entregam a falta de planejamento do brasileiro para o amanhã. A questão é que diante das mudanças que podem vir com a reforma sobre a aposentadoria social, é preciso mudar certos hábitos financeiros e ficar mais atento.

Fonte: G1 e Rede Brasil Atual

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