O cenário econômico e as metas dos fundos de pensão

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A alta da inflação neste ano tende a dificultar o cumprimento das metas das entidades de previdência complementar. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), o objetivo de rentabilidade dos fundos de pensão chega a 15% este ano, um nível considerado alto para ser atingido, face ao cenário econômico. Essa perspectiva de cumprimento da meta atuarial, porém, muda de acordo com as carteiras e o passivo de cada plano.

A associação explica que as expectativas em relação ao ajuste fiscal e à retomada da economia nesse segundo semestre podem não se concretizar, afetando os planos, cujo desempenho depende também da composição das carteiras de investimento de cada fundo. De acordo com os dados da Abrapp, o sistema tinha,
em março, 65% de seu patrimônio alocado em renda fixa. Do total, apenas 12,7% de seu patrimônio estava aplicado em títulos públicos e 48,4% em fundos de investimento em renda fixa. Ações e fundos de investimento em renda variável correspondiam, juntos, a 24% dos recursos geridos pelas entidades.

Nesse momento, aplicações atreladas aos títulos do Tesouro Nacional e aplicações no exterior tendem a trazer bons resultados, bem como as operações de empréstimos a participantes, cujo retorno está atrelado à meta atuarial de cada plano. Esses dois últimos investimentos, porém, representam menos de 4% da carteira média do setor.

Fundos mais posicionados em títulos do governo, principalmente atrelados à variação do IPCA, poderão se beneficiar de melhores retornos pagos pelo Tesouro Nacional por causa da política monetária, garantindo rentabilidade para seu passivo, inclusive, para planos com obrigações indexadas a outros índices de inflação, como o IGP­M e o IGP­DI, cujas projeções de alta estão em 7,46% e 7,64%, respectivamente, em 2015.

Além disso, o perfil escolhido pelo participante é determinante na rentabilidade do seu plano (no caso do PAI: Moderado, Agressivo ou Conservador), pois cada um tem uma composição específica de investimentos. No cenário atual, aplicações em ativos que não acompanham a inflação, como nos mercados de ações e de imóveis estão mais desprotegidas. A isenção do Imposto de Renda concedida às aplicações financeiras feitas por fundações, como a Itaúsa Industrial, é outro diferencial vantajoso para o resultado.

Especialistas indicam que, apesar dos desafios, investir em planos de previdência complementar ainda é uma das maneiras mais seguras de garantir rentabilidade para as aplicações no longo prazo. Operadores explicam que instabilidades são perfeitamente compreensíveis e que as perspectivas de cumprimento variam de acordo com as oscilações da economia, ainda que em menor grau, comparado a outras modalidades de investimento.

Essas variações da economia e a gestão das diversas modalidades de investimento dentro de cada perfil vão definir a rentabilidade do plano e o impacto na meta estabelecida em tempos de crise. Por isso, é importante entender bem os
cenários e conhecer os investimentos mais adequados. Cuidar do seu dinheiro deve ser tarefa rotineira – em dias prósperos ou em “tempos de vacas magras”.

Fontes: Valor Econômico, Uol Invest, Blog Quero ficar rico

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