Mercado de trabalho: diversidade etária pode ser uma nova tendência

Compartilhe:

A juventude é sempre vista como um período muito bom da vida, mas cada vez mais se reconhece que outras fases também trazem experiências significativas e gratificantes, em especial, a maturidade conquistada depois dos sessenta. Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, que está levando a pirâmide etária a se inverter nas próximas décadas,  o Brasil  será um país com maioria de idosos até 2050. Isso exige uma nova compreensão da terceira idade no mercado de trabalho que começa a despontar desde já.

É inevitável (e desejavel) que todos cheguem à terceira idade. Por isso, é preciso, a partir de agora, encarar a diversidade etária nos empregos e nos ambientes de trabalho como uma realidade e preparar um novo  futuro profissional para todos, comecando por derrubar alguns tabus. Um deles é descontruir a ideia de que  ser inovador ou conservador são qualidades inerentes à idade. Na verdade, trata-se de características pessoais, que podem se cruzar em qualquer momento da vida, e dependem muito do tipo de experiências a que se é exposto.

Se você nasceu na década de 80,  pode contar com uma expectativa de vida bastante diferente de seus avós. Na década de 60, o brasileiro vivia por volta de 48 anos. Atualmente isso mudou para 76 anos de idade, ou seja, quase 30 anos a mais. E é provável que esses anos a mais tenham induzido muita gente a se manter mais atenta às novas tecnologias, por exemplo.

O fato é que a velhice não é mais algo encarado como um processo de perdas e lutos, e sim como ocasião de novas possibilidades. Embora o envelhecimento seja a fase da vida em que as pessoas passam por maiores dificuldades de adaptação, por conta da diminuição do ritmo ou pelo surgimento de limitações naturais, chegar à melhor idade não significa estar parado.

É cada vez mais comum ver pessoas com 60 anos ou mais reinseridas no mercado de trabalho. Idosos ativos, que modificam a percepção sobre si próprios, deixando barreiras para trás, inclusive eventuais preconceitos contra os jovens. Afinal, se antes as empresas costumavam ser mais polarizadas, com cargos de liderança ocupados por gestores mais experientes e jovens em funções de aprendizes, esse ecossistema organizacional mudou bastante nas últimas décadas.

Atualmente, todo e qualquer posto pode ser ocupado por profissionais de qualquer idade. Ter 50 ou 60 anos e um chefe de 24, ou vice-versa não é tão incomum. Por isso,  a diversidade etária no trabalho é sobretudo um desafio cultural dos novos tempos. Seus benefícios vão desde reunir múltiplas perspectivas, contribuindo para resultados,  aos aprendizados pela convivência entre gerações distintas, desenvolvendo profissionais  mais pacientes, abertos  e tolerantes.

O mais importante é  acompanhar a tendência de valorizar as pessoas das mais variadas idades. Celebrar a longevidade de cada grupo social, assimilar as rugas e as marcas de expressão, os anos de vida e a vivência pessoal e profissional. Por isso, se quando você ouve a palavra startup e relaciona automaticamente a uma equipe cheia de jovens talentos, é bom começar a repensar essa ideia. A terceira idade também pode fazer parte de projetos que envolvam inovação, tecnologia e, principalmente, o fator humano.

Com informações de Época Negócios e Xerpa

Últimas Notícias