Mais de 70% dos consumidores não sabem o que é estar endividado

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Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz, mostrou uma realidade que ajuda a entender melhor o comportamento do brasileiro em relação a questões
financeiras. De acordo com o estudo, saber lidar com os próprios gastos se torna ainda mais difícil quando o indivíduo tem a concepção errada do que é estar ou não endividado.

Foram ouvidos 662 consumidores acima de 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais nas 27 capitais. Para mais da metade dos consumidores (52%), estar endividado significa ter contas atrasadas. Há também os que acreditam
que é ter o nome registrado em entidades de proteção ao crédito (21%).

Segundo especialistas da área, uma pessoa considerada endividada é a que tem parcelas a vencer, de compras que foram divididas ou de empréstimos. Existe uma confusão com a inadimplência, que é quando as parcelas a pagar existem, mas
não são acertadas. O fato de ter parcelas, mesmo quitando em dia, ainda configura uma dívida.

Durante 2014, 41% dos entrevistados admitem ter atrasado ao menos uma conta – este percentual aumenta para 50% entre os pertencentes às classes C, D e E. Entre aqueles que conseguiram quitar a dívida, 75% afirmam ter feito em até um
mês, esse número passa para 82% no caso do cheque especial e 58% no caso de empréstimos.

O estudo constatou que o principal motivo para 32% dos consumidores ficarem nessa situação foi o descontrole nas compras e a perda da noção dos gastos. Outro fator importante é o crédito fácil disponível no mercado – 9% dos
entrevistados relataram ser esse o motivo para terem mais despesas do que o orçamento permite.

Entre os entrevistados que ficaram negativados, mais da metade (54%) já conseguiu se acertar, e 53% já tinham estado com o nome sujo anteriormente. Segundo o educador financeiro do SPC, José Vignoli, passar pela experiência de ter o
nome sujo, muitas vezes, pode transformar os hábitos de consumo e o modo como o consumidor lida com suas finanças.

A pesquisa mostra que 59% dos entrevistados, que já estiveram negativados, passaram a controlar todos os gastos e 29% alegam que agora pensam antes de comprar. Outros 28% dizem que evitam o uso de cartão de crédito e 26% afirmam
comprar apenas se podem pagar à vista. Por outro lado, 12% sugerem que ter o nome incluído no SPC não impactou suas atitudes, ou até mesmo piorou o comportamento.

De modo geral, 32% dos consumidores ouvidos acreditam que a maior dificuldade na hora de fazer o controle dos ganhos e gastos é a disciplina exigida para registrar os valores. “No entanto, é justamente essa disciplina que permite ao
consumidor saber quanto pode gastar e como evitar chegar ao nível crítico de ter o nome negativado”, conclui Vignoli.

Fonte: Sites Meu bolso feliz, SPC Brasil e Monitor Digital.

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