Inflação da terceira idade perde força e cai 0,03% no segundo trimestre

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Boas notícias para os consumidores da terceira idade. A inflação medida pelo consumo de idosos pisou no freio no segundo trimestre deste ano. O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação da cesta de consumo de famílias compostas prioritariamente por indivíduos com mais de 60 anos de idade, acumula elevação de 2,54% em 12 meses. Mas no segundo trimestre deste ano, passou de alta de 0,88% para queda de 0,03% com relação ao trimestre anterior, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A inflação mais contida é um fator essencial para a preservação da renda, contribuindo, portanto, para movimentar a economia em tempos de crise. Afinal, quanto menor for o aumento dos preços de bens e serviços, maior o poder de compra das famílias.

No Brasil há mais de 50 milhões de idosos, que movimentam 1,6 trilhão de reais, segundo o Instituto Locomotiva. Um mercado que não é apenas movimentado por produtos de cuidado geriátrico e tecnologias para a saúde.

Neste contexto, na passagem do primeiro para o segundo trimestre, seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas. A principal contribuição para a chamada “deflação” partiu do grupo Transportes, que passou de alta de 0,42% no primeiro trimestre para queda de 2,93% no segundo trimestre.

Outros decréscimos ocorreram nas taxas dos grupos Educação, Leitura e Recreação (de -0,42% para -3,59%), Alimentação (de 2,61% para 2,16%), Habitação (de 0,25% para -0,10%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,13% para 0,90%) e Vestuário (de -0,17% para -0,44%).

Houve, ainda, influência dos itens: cursos formais (de 4,29% para -2,50%), hortaliças e legumes (de 28,48% para 6,45%), empregado doméstico (de 0,91% para 0,14%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de 1,66% para -0,28%) e calçados (de -0,07% para -1,94%).

No entanto, na contramão dessa baixa inflacionária, as taxas foram mais elevadas em Comunicação (de 0,43% para 0,92%) e Despesas Diversas (de 0,38% para 0,63%), sob impacto de itens como combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,09% para 1,87%) e alimentos para animais domésticos (de -2,51% para 3,89%).

Acompanhar a movimentação de consumo da terceira idade é necessário para acompanhar as mudanças no cenário demográfico do Brasil. O IBGE prevê que o grupo com mais de 65 anos representará 15% da população em 2034 e 25% até 2060, o que representa oportunidades para alcançar um novo nicho consumidor, com interesses específicos, especialmente pós Covid-19 e em fase de recuperação da turbulência financeira que o país atravessa.

Com informações da FGV

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