Fator psicológico atrapalha nossa relação com dinheiro, indica pesquisa

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O maior acesso a informações financeiras de qualidade não vem refletindo em mais tranquilidade e segurança para os brasileiros quando o tema é dinheiro. Esta é uma das conclusões do estudo DinheiroTabu, realizado pelo Itaú Unibanco em parceria com o instituto de pesquisa Datafolha e a consultoria Box1824, que avaliou a relação do brasileiro com o dinheiro.

Os resultados da pesquisa indicam que o problema está mais em questões psicológicas que as pessoas têm com as finanças. O Datafolha ouviu 2.071 brasileiros, sendo 49% homens e 51% mulheres das classes A, B, C, D e E, com idades entre 16 e 65 anos em todo o Brasil.

Quase todos os brasileiros (97%) disseram ter dificuldade em lidar com o próprio dinheiro. Metade dos pesquisados (49%) afirma que evita até mesmo pensar em dinheiro para não ficar triste. Além disso, 46% preferem nem olhar para o próprio dinheiro por acharem que estão fazendo algo errado.

Para entender e analisar os resultados, o Itaú-Unibanco fez rodadas de conversa com 140 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre, mantendo a identidade dos entrevistados sob sigilo. Uma das principais conclusões foi que disponibilizar conteúdo sobre finanças não é suficiente.

O estudo buscou entender como esse tabu com o dinheiro foi construído para buscar formas de romper as barreiras para que as pessoas busquem entender mais e aprimorar a gestão financeira. As conclusões foram divididas em quatro dimensões: cultural, social, familiar e individual.

Cultural

A pesquisa indica que há uma crença geral que nunca se lidou bem com dinheiro, já enfrentamos crises, mas as situações sempre se resolveram. Os brasileiros se acostumaram que depois de períodos de crise vêm momentos de prosperidade. Com isso, o entendimento é que não é necessário levar o tema a sério.

Social

Uma ideia enraizada na sociedade é que lidar com dinheiro exige conhecimento técnico. Com isso, os brasileiros não acreditam em seu potencial e acham complicado lidar com finanças. A nota média que  se atribuem é 6,4. Segundo o estudo, a baixa autoestima é fruto da ideia que para ir bem nas finanças são necessários sacrifícios e privações para acumular mais dinheiro.

Familiar

A pesquisa indica que os laços familiares têm influência na forma de lidar com o dinheiro. Quando gerações mais velhas cuidam bem das finanças, esse hábito é passado aos filhos e netos. Mas como esse não é o cenário mais comum, os jovens reproduzem a baixa autoestima dos pais e avós.  98% dos jovens afirmam ter dificuldade para lidar com as finanças. A principal conclusão aqui é que falar francamente de dinheiro com a família é o caminho para romper o tabu herdado.

Com informações de Pesquisa Dinheiro Tabu / Itaú Unibanco e ValorInveste.

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