Estudo recomenda mudança comportamental sobre aposentadoria

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O estudo “Síntese de Indicadores Sociais”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante o ano de 2015 e divulgado recentemente, levantou diversos dados sobre trabalho e família que apontam cenários
sobre comportamento, finanças e, até mesmo, aposentadoria. As transformações que apareceram nos últimos dez anos, indicadas na pesquisa, reforçam a necessidade do brasileiro se preocupar mais com seu futuro.

Nas últimas décadas, o Brasil viu sua população idosa aumentar em um ritmo mais rápido do que o previsto. Segundo o estudo do IBGE, isso está acontecendo devido à mudança no ritmo de vida e de trabalho que faz as mulheres,
principalmente, repensarem a vontade de ter filhos. Resultado: queda da fecundidade e aumento da expectativa de vida do brasileiro, que subiu para 74, 9 anos. Assegurar o bem-estar da população mais velha e equilibrar as contas da
seguridade social é hoje um desafio para o Governo Federal e para a população que precisa ficar mais atenta à outras alternativas além da Previdência Social.

O que acontece é que em relação ao fator demografia, quanto maior é a expectativa de vida de uma população, maior é o gasto do Governo com a aposentadoria dos trabalhadores. Inevitavelmente o país vai ter que gastar mais com
aposentadorias e saúde. Segundo especialistas, esse alerta é muito importante para as pessoas que hoje estão ativas, para que comecem a se preocupar, desde já, em criar reservas para o seu sustento ou a manutenção de um adequado
padrão de vida no futuro.

O cenário em números

O estudo mostrou que as mulheres trabalham, por semana, cinco horas a mais do que os homens e que essa situação é provocada, entre outros fatores, pela divisão desigual das tarefas domésticas. A jornada total das mulheres é de 56,3
horas, sendo 35,5 horas dedicadas ao mundo profissional, acrescidas de 21,2 horas nos afazeres domésticos. Entre os homens, a carga semanal de trabalho é de 51,3 horas, que estão divididas entre 41,6 horas dedicadas a atividades
remuneradas e 10 horas destinadas ao trabalho ou apoio doméstico.

Constatou-se com o estudo que a quantidade de horas que os homens destinam ao trabalho doméstico praticamente não se alterou na última década: em todo este período ela se manteve perto de dez horas. Entretanto, o que realmente mudou
foi o número de homens ocupados que realizam também afazeres domésticos. Esse índice subiu de 46,1%, para 51,3%. Mas ainda assim ele é significativamente menor do que o observado entre as mulheres, que continuam a fazer dupla
jornada.

Um dos efeitos dessa realidade é o aumento do número de mulheres que optaram por não ter filhos – o que reflete em uma redução dos índices de natalidade no Brasil. Considerando um período de dez anos, o número de mulheres com idade
entre 15 e 49 anos que optaram por não assumir o papel materno passou de 36,6% para 38,6%. As crianças entre 0 e 4 anos de idade, que em 2004 representavam 8,2% da população, hoje são 6,6% dos habitantes do país. Neste mesmo período
a população com idade acima de 60 anos aumentou 4 pontos percentuais, atingindo 13,7% da população total.

É essa conjuntura que está levando as famílias a repensarem papéis e responsabilidades financeiras em casa e fora desse ambiente, o que inclui um novo olhar em relação à aposentadoria e à longevidade.

 

Fonte: Valor Econômico e Diário da Manhã – Economia

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