Cumprir promessas financeiras de um ano para o outro não é fácil. Menos ainda quando se tem um cenário incerto pela frente, como é o caso de 2021. Será que a inflação vai seguir a tendência de aumento deste final de ano? E os juros, continuarão baixos? Como vai estar meu bolso, caso a economia não se recupere?

Para baixar a ansiedade e viver com um planejamento possível, selecionamos duas sugestões que podem ser úteis no enfrentamento deste cenário, e valem para qualquer situação, sejam elas estáveis ou instáveis.

A primeira dica é conhecer o método chamado Orçamento Base Zero (OBZ). Ao contrário dos orçamentos tradicionais baseados em entradas e saídas financeiras habituais, esse modelo subverte tudo e parte do zero, sem considerar o histórico, como se nosso orçamento fosse uma folha de papel em branco. Muitas empresas passaram a adotar o OBZ porque descobriram que, ao se basear no passado, acabavam reproduzindo desperdícios e gastos supérfluos, sem conseguir enxergar excessos, processos desnecessários, redundâncias e outros exageros.

A proposta então é simular uma situação em que não se tem nenhuma informação sobre o passado e começar de novo, colocando no papel só o que é necessário para sobreviver. Para testar essa ideia, imagine como seria se você tivesse que refazer tudo em seu próprio quarto vazio, preenchendo-o  apenas com o essencial: um colchão, um travesseiro, dois lençóis (enquanto um está lavando você usa o outro), uma coberta, duas camisas, duas calças, dois shorts, roupas íntimas, um calçado, um chinelo, um tênis, um móvel simples para pôr as poucas roupas e um carregador de celular.

Em seguida, fazendo uma analogia com seu orçamento, imagine o que é essencial para sua vida:  um quarto para dormir; um banheiro; dinheiro para usar transporte público, comprar comida, água e medicamentos e ir ao médico quando precisar; e um celular 5GB, artigo de primeira necessidade para muita gente. Enfim, faça um exercício do que é realmente básico. O principal efeito disso é identificar o supérfluo, que, apesar de  definir o seu estilo de vida e ter valor para você, não afeta sua sobrevivência.

Agora sim, vá adicionando aos poucos o que ficou de fora (livros, maquiagem, passeios, sapatos, roupas…) e, partindo do zero, tenha mais consciência de como é possível administrar esse estilo de vida de forma racional e planejada. A proposta então é projetar qual seria sua renda ao longo do ano e comparar com a lista do essencial e do supérfluo, verificando o que se encaixa dentro da previsão financeira e o que precisa mudar se isso não acontecer.

A segunda dica vem do site do Banco Central na página “cidadania financeira”. Lá, há um caminho interessante para cumprir promessas financeiras para o ano novo, que começa ao fazer sua escolha entre três perfis: Quero me planejar; Estou endividado; Quero aprender a poupar e investir. Após escolher o seu perfil, você será direcionado para conteúdos específicos que vão ajuda-lo a tomar as decisões certas,

No caso dos endividados, por exemplo, a primeira dica é listar todas as dívidas e fazer um orçamento, com corte de gastos.  Mas, se você deseja planejar ou aprender a poupar e investir, também vai encontrar boas ideias. Então, que tal preparar-se para um 2021 com foco e confiança de que é possível fazer promessas e cumpri-las com determinação?

Com informações do Valor Econômico e Banco Central