Dinheiro e riqueza a qualquer custo? Veja o teste da carteira perdida.

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Você deixaria de lado coisas que acredita para ganhar mais dinheiro e se tornar rico? Aceitaria fazer coisas com as quais não concorda que vão contra sua ética para alcançar independência financeira? Então vamos a um breve teste: se você encontrasse uma carteira cheia de dinheiro no meio da rua, o que você faria?

Uma pesquisa publicada pela revista Science, realizada por universidades dos EUA e da Suíça, distribuiu 17.303 carteiras em 355 cidades em 40 países com o objetivo de medir a honestidade cívica das pessoas (relacionando-a também ao impulso de se dar bem financeiramente). As carteiras continham dinheiro e cartões identificados com nome, profissão e e-mail em parte externa, além de uma chave e lista de compras.

O estudo durou três anos e o resultado elegeu a Suíça como o país mais honesto. O Brasil ficou em 26º lugar. Ainda pela pesquisa, de modo geral, foi mais comum devolverem carteiras com dinheiro (51% dos casos) do que sem dinheiro (40% dos casos).  Outro dado interessante a ser analisado: os valores culturais e o sistema político também parecem influenciar. Por exemplo, em países onde os laços familiares são historicamente fortes, menos carteiras foram devolvidas – Itália, por exemplo, devolveu menos carteiras do que a França. Isso pode ser porque as pessoas se preocupam mais com seu círculo mais próximo do que com desconhecidos, supõem alguns estudiosos.

Ainda outra boa curiosidade sobre a pesquisa é um fenômeno que foi observado em quase todos os países: quanto mais alta era a quantia na carteira, mais pessoas contatavam seu dono. Algo que chama atenção para as chamadas “pequenas corrupções do dia a dia”.

A honestidade é universal e ultrapassa fronteiras. Em qualquer lugar do mundo, todas as culturas sabem da importância de pôr este valor em prática.  No Brasil, por exemplo, são comuns os almoços em família regados a comentários sobre casos de corrupção no país, especialmente quando se trata de valores estratosféricos. Uma indignação justificável, afinal ninguém gosta de se sentir enganado. Porém, se observarmos a definição de corrupção, não é difícil perceber que essas atitudes são mais comuns em nosso dia-a-dia do que podemos imaginar.

Pouco se discute, por exemplo, o tratamento dado à flexibilização de regras básicas, o famoso “jeitinho brasileiro” – que muitas vezes, representa inclusive o ato de burlar uma lei, ainda que de forma sutil, como alguém que falsifica a carteirinha da faculdade para pagar meia-entrada em eventos.

É fato, todos temos valores, princípios e desejos próprios e únicos. Mas alguns valores devem ser comuns a todos: não importa o sacrifício feito, é necessário sustentá-lo sempre, e não somente quando convém.

Boas (ou más) atitudes surtem efeitos na sociedade como um todo, seja em aqueles que estão a nossa volta e que podem acabar repercutindo nossas ações, ou através de um ciclo vicioso de pequenas corrupções, cujo resultado pode ser tão expressivo quanto qualquer grande escândalo de corrupção.

 

Com informações de Economia UOL, OSC Politize! e Estado de Minas

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