Corte no orçamento doméstico: como abordar o assunto com as crianças
A história da humanidade nos mostra que períodos de crise vêm e vão. Volta e meia precisamos rever gastos ou buscar novas formas de rendimento. No Brasil, como em muitos países, a economia oscila entre períodos de prosperidade e de recessão. Pensando nisso, como envolver os filhos quando o desafio é a redução da renda familiar?
Falar de dinheiro com os pequeninos pode não ser muito simples, mas contribui para educar as crianças para serem precavidas e resilientes em tempos difíceis. De acordo com a planejadora financeira Karoline Cinti, para o Blog Planejar, ao se deparar com um momento de crise, devemos primeiro fazer uma avaliação do cenário e dos sentimentos por trás da nova realidade e, só depois, levar o assunto para as crianças. Para ela, antes de tratar o tema com os filhos, é preciso observar e entender o que estão sentindo diante desse novo contexto de diminuição de renda.
Algumas técnicas podem ajudar nessa conversa. Uma delas é transformar o novo modo de vida num grande jogo cooperativo, premiando boas atitudes e valorizando o esforço coletivo para atingir uma meta. Outra dica é gerar oportunidades de convivência e lazer de baixo custo. Além disso, uma ideia interessante é que os pais convidem as crianças para decidir o lazer de um final de semana ao mês. É comum, depois de uma rodada, perceberem que as atividades sugeridas pelos filhos foram as mais econômicas.
Enfim, conversar com os filhos nos momentos em que é necessário reduzir os gastos é fundamental, até porque os comportamentos desenvolvidos na infância tendem a permanecer ao longo da vida. Não tratar do assunto, ao contrário, pode gerar medo e insegurança. Para os especialistas, é inevitável que as crianças estejam expostas a notícias e ouçam conversas entre os familiares. Daí porque essas sete orientações fazem muito sentido:
- Os adultos devem conversar entre si antes de falar com as crianças sobre o tema, para não haver contradições;
- A intenção não é assustar ou deixá-las preocupadas, e sim explicar o que se passa, sem criar alarmes;
- Também não se deve fazer promessas, mas falar de forma sincera e simples, confiando na capacidade delas;
- É importante, ainda, mostrar que a família está buscando soluções para resolver os problemas;
- A hora é oportuna para falar sobre novos hábitos, como evitar desperdício de água, alimentos, energia elétrica etc.
- Os pequenos podem ter dúvidas ou medos, mas também são criativos e podem ajudar com suas ideias, se houver diálogo e abertura;
- Por fim, é fundamental que as crianças continuem a expressar seus sonhos e projetos de futuro, e cabe à família mostrar como podem alcançá-los.
Com informações do Blog Planejar, Valor Econômico e DSOP Educação Financeira.