Com pandemia, PIB brasileiro tem queda recorde de 9,7%

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Sob efeito da pandemia do novo coronavírus, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro encolheu 9,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2020, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se comparado ao segundo trimestre de 2019, a redução foi de 11,4%.

O PIB chegou a R$ 1,653 trilhão no segundo trimestre de 2020. Os dados mostram que a economia do país voltou ao mesmo patamar do final de 2009, quando ainda sofria impactos da crise financeira mundial de 2008.

De acordo com o IBGE, o resultado se refere ao auge do isolamento social, quando diversas atividades econômicas foram parcialmente ou totalmente paralisadas para enfrentamento da pandemia.

A redução do PIB brasileiro foi em grande parte provocada pela queda no consumo das famílias, que despencou 12,5% no segundo trimestre na comparação com o trimestre anterior. Foi a maior redução registrada na série histórica do IBGE. O consumo das famílias representa 65% do PIB.

Além do isolamento social, o aumento do desemprego e a redução da massa salarial no país impactaram o resultado.  Segundo o IBGE, o resultado só não foi pior devido a programas como o auxílio emergencial, que injetaram liquidez na economia. E o Ministério da Economia ressaltou que a redução da atividade econômica no Brasil se situou entre as menores em relação às principais economias mundiais.

O setor de serviços, que responde por cerca de 70% do valor do PIB brasileiro, teve retração de 9,7% no trimestre e foi o mais afetado, em contraponto ao crescimento de outros setores como  serviços financeiros, atividades imobiliárias e agropecuária.

Impacto global

Segundo dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a redução do PIB no segundo trimestre foi recorde na maioria dos países do G-20, que reúne as 20 maiores economias do mundo. A redução média foi de 6,9% entre abril e junho.

A China, primeiro país a enfrentar a Covid-19, apresentou recuperação após o choque inicial da pandemia e foi o único integrante do G-20 a ter expansão no segundo trimestre. Os maiores impactos foram na Índia, com queda de 25,2%, e no Reino Unido, de 20,4%. Coreia do Sul e Rússia tiveram menores reduções, de 3,2% em ambos os casos.

Embora seja um resultado visto pelo retrovisor, a queda no PIB sinaliza a tendência de redução de consumo das famílias e de escassez de oportunidades do mercado de trabalho.

Com informações de UOL e Estadão Conteúdo e El Pais

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