Brasil Investidor: um mercado de 32 milhões adormecidos e a previdência como despertar financeiro

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Herbert de Souza Andrade

Diretor Geral na Fundação Itaúsa Industrial

 

A oitava edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) com o Datafolha, oferece um panorama atualizado e detalhado sobre o comportamento financeiro da população. O estudo revela que 37% dos brasileiros investem em produtos financeiros, mantendo a estabilidade do ano anterior e representando cerca de 59 milhões de pessoas. A maior concentração de investidores reside na classe C (47%), com uma renda familiar mensal média de R$ 6.299, possuindo ensino médio completo (46%) e residindo na região Sudeste (43%).

Um dado relevante aponta que, apesar de 33% da população ter conseguido economizar em 2024 (aproximadamente 53 milhões de pessoas), apenas 39% desse grupo direcionou seus recursos para investimentos financeiros. Esse cenário demonstra um potencial significativo de crescimento do mercado, com cerca de 32 milhões de brasileiros com capacidade de poupança ainda fora dos produtos financeiros.

A pesquisa também traça um perfil dos canais de informação e investimento utilizados. A Geração Z demonstra forte preferência por plataformas digitais como YouTube (57%) e Instagram (49%), enquanto os Boomers inclinam-se por meios tradicionais, como TV (36%) e revistas/jornais (18%). No que tange aos meios de investimento, os aplicativos bancários consolidaram sua liderança (49%), com um aumento de quatro pontos percentuais em relação a 2023, enquanto as agências bancárias perderam espaço (33%). Essa preferência por aplicativos é mais acentuada nas classes A/B e C, enquanto a classe D/E ainda demonstra maior inclinação a realizar operações bancárias diretamente nas agências.

Um ponto de atenção da pesquisa reside nos altos níveis de estresse financeiro, afetando 51% da população. E um fato novo: 4 milhões de brasileiros consideraram a prática de apostas como um investimento financeiro! Motivo para alerta, já que aposta é sorte e investimento é planejamento. Outro ponto interessante do estudo é a categorização dos entrevistados em perfis financeiros – Caderneta, Diversifica, Economiza e Não Investe, e Sem Reservas –, que permitiu identificar diferentes níveis de engajamento com o mercado financeiro e direcionar estratégias de educação e oferta de produtos mais adequadas a cada grupo.

Diante desse panorama, torna-se evidente a necessidade de promover entre a população as estratégias de investimento de longo prazo que visem uma segurança financeira futura. Nesse contexto, a previdência privada se destaca como uma ferramenta de escolha para garantir um pós-carreira mais tranquilo e estável. Ao contrário de investimentos de curto prazo com maior risco, a previdência privada é estruturada para construir um patrimônio progressivo ao longo dos anos, oferecendo benefícios fiscais e a possibilidade de planejamento da renda na aposentadoria.

Um exemplo vivo desse potencial da previdência privada é o Plano de Aposentadoria Individual (PAI), um plano de previdência corporativo gerido pela Fundação Itaúsa Industrial, cujas características são imbatíveis como investimento. A começar pela sua principal vantagem, que é a coparticipação da empresa empregadora. Em modelos como o PAI, a empresa contribui com um valor proporcional à contribuição do colaborador. Por exemplo, se o funcionário investe R$ 100,00 mensalmente, a empresa realiza um aporte de igual valor. Essa dinâmica resulta em um rendimento imediato de 100% sobre o valor investido pelo participante, potencializando significativamente os resultados financeiros a longo prazo, além da rentabilidade do próprio fundo de previdência.

Em suma, a previdência privada, especialmente em modelos como o PAI com a coparticipação empregatícia, é uma oportunidade que não se pode deixar passar. Para quem tem acesso a esse benefício, representa uma estratégia de investimento robusta e inteligente que dá segurança e tranquilidade financeira à jornada pós-carreira. A pesquisa da Anbima deve ter seus resultados compartilhados para que desperte nos brasileiros a consciência financeira. E que suas próximas edições tragam resultados mais animadores a respeito da maturidade dos brasileiros e brasileiras sobre investimentos.

Artigo publicado originalmente na página do LinkedIn do autor

 

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