Afinal, o que podemos esperar da economia brasileira em 2016?

Compartilhe:

Mais um ano se inicia e é hora de aproveitar a atmosfera de recomeço para se autoavaliar, olhar ao seu redor e começar a planejar, tudo de novo! Nesse exercício, é importante confrontar sua rotina financeira com o cenário econômico no
Brasil, buscando fontes de informação diversas, a fim de entender as expectativas para os próximos meses. Assim, poderá tirar suas próprias conclusões, sem se deixar levar por uma opinião única.

A palavra “crise” esteve bem presente ao longo de 2015 e, segundo especialistas, continuará no vocabulário dos brasileiros. As medidas que estão sendo tomadas para a recuperação dependem também da confiança e das expectativas, fatores
essenciais no ambiente econômico.

Para muitos economistas, é possível passar por esse momento sem muitas perdas, mas será preciso mudanças de hábitos como mais cautela na hora de gastar, investir, fazer empréstimos ou tomar decisões financeiras de grande impacto.

 

Retrospectiva

Analistas acreditam que o crescimento econômico que ocorreu no Brasil entre 2000 e 2010 não deve se repetir tão cedo, pois foi resultado de condições como, por exemplo, a expansão da economia chinesa, o crescimento da receita de
arrecadação do governo frente aos custos no período e o grande volume de capital estrangeiro entrando no país.

Ao longo de 2015, no entanto, esse cenário já mostrava mudanças e, hoje, a situação é de inflação em alta, juros elevados, baixo crescimento e ajustes com vistas ao equilíbrio fiscal, como o aumento de impostos. Isso impacta o bolso
do cidadão que precisa ser mais cuidadoso: buscar menores preços, cortar gastos e equilibrar contas.

Incertezas

Para as grandes e pequenas empresas, 2016 ainda é incerto, com setores mais ou menos afetados. No caso das exportações, por exemplo, o dólar alto aumentou a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, abrindo espaço para que
fornecedores brasileiros conquistem mercados. Insumos importados, porém, ficaram mais caros, aumentando preços, como é o caso do trigo e gás. Mas, ao mesmo tempo alguns produtos que são produzidos aqui no Brasil também têm seu preço
atrelado ao dólar, como a soja, a carne e o açúcar. Ainda que eles sejam produzidos no país, quando o dólar está mais caro fica mais vantajoso para o produtor exportar. Aí o produto só vai ser vendido aqui dentro, se o produtor
receber mais por isso.

Alguns assuntos importantes para se manter no radar são: a pressão inflacionária, a queda no consumo, a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a taxa básica de juros do Brasil (Selic). Esta taxa,
instrumento usado pelo governo para tentar segurar a inflação, encarece o crédito e acaba ditando a dinâmica de muitos investimentos. Se por um lado os juros altos encarecem o custo de vida dos brasileiros e dos financiamentos, por
outro, para quem tem dinheiro extra para investir, a situação se torna favorável.

Aplicações em renda fixa, por exemplo, são apontadas como uma boa opção para o início de 2016. Isto porque, ao comprar um título de renda fixa, você está emprestando dinheiro ao emissor do papel, que pode ser um banco, uma empresa ou
mesmo o Governo. Em troca, recebe uma remuneração por um determinado prazo, na forma de juros ou correção monetária. Se o juro é alto, o retorno também é alto. Contudo é preciso ficar atento em relação a taxa líquida recebida. Com a
inflação em alta, uma taxa que parece alta, quando descontada a inflação, pode mostrar uma taxa real bem menor.

Para o ano que se inicia é importante mais do que nunca estar atento à Educação Financeira e lembrar da seguinte curiosidade: a palavra “crise”, em chinês, é composta por dois ideogramas – um que significa “perigo” e outro
“oportunidade”. A vida é muito dinâmica e é necessário saber se adaptar. Talvez 2016 seja tempo para descobrir novas habilidades e aprender mais.

Fonte: Valor Econômico, O Tempo Economia e Revista Pé-de-Meia (ed. 7)

Últimas Notícias