A crise recai mais sobre os idosos

Compartilhe:

A newsletter Prevdigest, que faz análises diárias das notícias relacionadas ao setor de previdência, trouxe uma informação de destaque sobre o impacto da atual crise econômica. Os idosos, como destaca o título, são os mais impactados. Leia o texto na íntegra:

Em sua coluna de domingo (26), o jornalista Celso Ming oferece em rápidas pinceladas a realidade de boa parte do público que constitui a nossa razão de existir, os idosos.  Ele ressalta ser grande o acúmulo de problemas que atingiu esse segmento da população nestes quase dois anos.  Além da saúde mais frágil, fato tornando ainda mais evidente durante a pandemia, pesquisa da FGV mostrou que a renda média individual do trabalho da população idosa caiu 14,2% em relação ao nível registrado no fim de 2019. Entre os brasileiros em geral, considerados os informais, desempregados e inativos, essa queda foi de 9,4%. 

E há agravantes. O desemprego e a perda de renda, que atingiram especialmente os mais jovens das classes médias, conjunto social que não tem direito ao auxílio emergencial, obrigaram os mais velhos a empenhar boa parte da aposentadoria e das reservas pessoais formadas após os anos de trabalho no reforço do orçamento de filhos e netos.

​Os comunicados das autoridades dão a impressão de que o segmento contou com mais cuidados durante a pandemia. Mas, como observa Marcelo Neri, diretor do FGV Social, os idosos não foram o grupo social mais beneficiado pelas medidas de reforço de renda: “Os idosos são visíveis aos olhos da política pública, mas a ênfase dada durante a pandemia, no caso do auxílio emergencial, recaiu sobre os invisíveis. É verdade, os mais idosos ganharam a antecipação do 13º salário da Previdência Social, mas isso não é propriamente um ganho de renda”.

​Tal cenário prejudica o bem-estar da faixa de idosos em um momento da vida que exige maiores cuidados e atenção à saúde. Mais de 58% deles apontaram ter pelo menos uma doença crônica não transmissível, como diabetes, doença respiratória e hipertensão. Foi o que mostrou estudo da Fiocruz que mapeou os efeitos da pandemia nas condições de saúde dessa população. Cerca de 72% indicaram aumento de sentimentos relacionados à solidão e à tristeza durante o isolamento social. Mas a cena em seu conjunto preocupa por mais motivos.

​Texto da newsletter Prevdigest, com informações publicadas em O Estado de S. Paulo, O Globo, Valor, Folha de S. Paulo e Agência Estado

Últimas Notícias