Dólar em alta: qual o impacto na economia brasileira?

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Nas últimas semanas o dólar atingiu valores altos (chegou a ser cotado a R$ 4,20) e o assunto está ganhando destaque na mídia. Mas, afinal, por que e como isso afeta a vida dos brasileiros? É comum pensar que o valor dessa moeda só
mexe no bolso de quem está planejando uma viagem ou tem relações de trabalho próximas aos americanos. Mas, na verdade, o impacto desse aumento é para todos.

Primeiro é preciso entender como o dólar ganhou essa importância aqui. O que acontece é que as reservas de muitos países estão alocadas no dólar, que é usado como moeda de transações internacionais em todo o mundo. O dólar é bem
aceito por uma questão de confiança criada ao longo dos anos: aparentemente oferece mais garantia e menos incertezas que outras moedas. Existem outras moedas consideradas fortes, como o euro e yuan (moeda chinesa), mas a americana
continua sendo a que mais causa impacto.

É o próprio mercado que regula o dólar, ou seja, é quem compra e vende a moeda que influencia no seu valor. No Brasil, o governo adota o chamado câmbio flexível, que varia de acordo com a oferta e a procura. Ao perceber uma oscilação
muito grande da moeda americana, é o governo que interfere no mercado tentando manter a moeda estabilizada.

Essa medida é tomada para tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, uma vez que o Brasil depende muito das exportações e importações que impulsionam o crescimento, e geram emprego e renda. Segundo o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, atualmente cerca de 21,4% do PIB brasileiro correspondem a importações e exportações.

O bolso do consumidor

Produtos que são feitos aqui no Brasil também têm seu preço atrelado ao dólar. A soja, a carne, o café, o açúcar e o milho, por exemplo, mesmo sendo produzidos no país, se tornam vantajosos para o produtor que quer exportar quando o
dólar está mais caro. O que acontece é que, se ele mantém o produto para ser vendido aqui dentro, ele vai querer receber mais por isso.

Outra maneira pela qual a alta do dólar influencia os preços é que, com o produto importado mais caro, os produtos nacionais acabam também sofrendo um reajuste. Os produtores aproveitam a alta do importado para aumentar a margem de
lucro do nacional.

Quem ganha com a alta do dólar Quem perde com a alta do dólar
Balança comercial. A balança comercial é a relação entre as exportações e importações de um país. Com o aumento do dólar, fica mais caro importar e mais barto exportar, o que ajuda a equilibrar essa
conta.

Empresas exportadoras. Por terem custos em reais e receitas em dólar, essas empresas se beneficiam da alta da moeda norte-americana.

Empresas voltadas ao
mercado interno.
Essas empresas se beneficiam da alta do dólar pois sofrem menos competição dos produtos importados.

Turismo doméstico. O turismo nacional deve ganhar
fôlego com a desistência dos brasileiros de tirar férias no exterior.

Consumidor final. Os aumentos de custos na economia são invariavelmente repassados para o consumidor, que sofre a inflação e a perda do seu poder de compra.

Empresas
importadoras.
As indústrias que vendem produtos importados ou que dependem de matérias-primas importadas são prejudicadas com a alta do dólar.

Pessoas que fizeram gastos no cartão
de crédito no exterior.
Além do custo de 6,38% de IOF, o aumento do dólar faz com que o gasto no exterior seja alto.

Quem tem viagem marcada para o exterior ou programa de estudos
no exterior.
Com a alta dos preços lá fora, os turistas estão optando por trocar a viagem por um destino nacional ou até mesmo escolher um país menos caro.

Fonte: UOL Economia, NotiSul

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