O envelhecimento da população é uma realidade no Brasil, com o número de idosos crescendo significativamente. No entanto, o sistema de saúde enfrenta um desafio: a falta de geriatras para atender essa parcela da população.

De acordo com dados do Censo Demográfico 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil chegou a 10,9% da população, representando um aumento de 57,4% em relação a 2010. Esse envelhecimento populacional é resultado da redução da fecundidade e dos nascimentos ao longo dos anos. A base da pirâmide etária está se estreitando, com menos jovens e mais idosos.

Apesar desse crescimento, o Brasil enfrenta um déficit significativo de geriatras. Esses profissionais são especializados no cuidado de pessoas com mais de 60 anos. Há pouco mais de 1.400 geriatras no país, o que representa 6% do que seria necessário para atender a população nessa faixa etária.

Dois fatores contribuintes

1. Formação universitária: O currículo das universidades não oferece disciplinas específicas de geriatria, o que limita a formação de profissionais nessa área. O sistema educacional precisa priorizar a preparação de médicos para atender às necessidades dos idosos.
2. Concentração regional: A região Sudeste concentra a maior oferta de residências médicas em geriatria, o que explica a disponibilidade de geriatras nessa área. Outras regiões precisam investir em programas de formação.

Diante deste quadro, o sistema de saúde frequentemente encaminha pacientes idosos para especialistas, como cardiologistas e ortopedistas, em vez de geriatras. Isso pode ser prejudicial tanto para os pacientes quanto para a gestão do sistema.

Como enfrentar o desafio

• Formar mais geriatras: O Brasil precisa investir na formação de novos geriatras para atender às necessidades da população idosa. Universidades, governo e sociedade devem trabalhar juntos nesse esforço.
• Ampliar a conscientização: A população também deve estar ciente da importância da prevenção em saúde para uma longevidade saudável. O desejo de viver mais e melhor deve vir das próprias pessoas.

Em resumo, o aumento da população idosa no Brasil é uma conquista, mas é fundamental garantir que tenhamos profissionais capacitados para cuidar dessas pessoas e promover uma qualidade de vida digna na terceira idade.

Com informações de CBN, Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal e Estadão