Suas Finanças
Boleto é cringe: a forma como você paga suas contas denuncia sua idade?
Para a geração Z que reúne os nascidos entre 1996 e 2003, pagar boletos é “cringe”. Em outras palavras, usar o tradicional papel impresso com código de barras para pagar contas é um hábito ultrapassado, com fim certo e pode ser até mesmo um pouco constrangedor. “Coisa de gente mais velha”, alguns podem falar. Mas será que os boletos estão com data final tão certa assim?
Há quem diga que os boletos não sobreviverão por mais de 20 anos. Mas eles não irão cair em desuso assim, facilmente. O boleto continua sendo um importante meio de pagamento e segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) não há perspectiva de que deixe de existir tão cedo: atualmente, cerca de 6 bilhões de boletos são pagos anualmente no Brasil.
No entanto, deve chegar o momento em que a tecnologia irá, sim, dar fim ao boleto – e não só ele, ao dinheiro físico também. O processo, contudo, deverá ser gradual, já que milhares de brasileiros, por exemplo, ainda não utilizam meios eletrônicos para pagamento e outras transações financeiras.
Assim, as novas gerações não estão tão equivocadas quanto ao fim dos boletos: um exemplo de que estão ficando para trás é a força que o PIX vem ganhando desde que foi lançado, no fim de 2020. De acordo com o Banco Central, em abril deste ano, o PIX superou a quantidade de transações feitas por Ted, DOC, cheque e boletos somados.
Um exemplo de como as mudanças devem ocorrer são os talões de cheque: ainda hoje há pessoas que usam as folhas de papel para fazer pagamentos, ainda que isso seja cada vez mais raro. Mas para deixar talões e boletos para trás de uma vez por todas, será necessária uma forte mudança de comportamento, que deve levar ainda algumas décadas, considerando conflitos geracionais que impactam no uso das tecnologias, assim como a democratização do acesso a elas.
E talvez você se pergunte: se é cringe, há vantagens em ainda utilizar o boleto? Para alguns, sim, já que eles podem ter uma função de controle financeiro em que ter o documento em mãos ajuda a entender que aquela conta existe e precisa ser paga, sobretudo pessoas não tão familiarizadas com plataformas digitais.
O mesmo vale para outras formas de relação com o dinheiro e planejamento futuro. Afinal, se o brasileiro está vivendo cada vez mais e o universo digital ganha cada vez mais adeptos, é claro que todos teremos que nos adaptar às novas tecnologias e maneiras de administrar as finanças ao longo dos anos. Mas para que estas pequenas grandes revoluções ocorram no modo de lidar com nosso orçamento, ainda teremos uma longa jornada.
Com informações de Economia UOL e Blog Nubank