Suas Finanças
Pesquisa mostra que brasileiro não planeja gastos com transporte
Ir para o trabalho de carro, ônibus ou bicicleta? Como as crianças vão pra escola? E a locomoção do lazer do fim de semana? São vários os pormenores que devem ser analisados na hora de pensar o orçamento doméstico quando o quesito é transporte. E, de acordo com um estudo divulgado no evento Summit Mobilidade Urbana 2019, em São Paulo, 76% dos brasileiros não fazem qualquer tipo de planejamento quanto aos seus gastos no transporte.
A pesquisa reforça uma percepção de que o brasileiro é pouco organizado com suas finanças. O estudo mostra que as pessoas pensam que gastam um determinado valor com transporte, mas, na verdade, o custo é muito maior. Por exemplo, entre os proprietários de carro, a diferença chega a ser seis vezes. Muitos motoristas se esquecem de contabilizar gastos com seguro, impostos e manutenção.
O gasto médio com transporte indicado na pesquisa é, em média, R$ 446 por mês na classe A, enquanto nas classes D e E esse gasto chega a R$ 158. Este último grupo é também o que mais demora para se deslocar: em média são 130 minutos de translado, considerando ida e volta. Na classe A o número cai para 94 minutos. A região Sudeste lidera o ranking de onde se gasta mais tempo no trânsito – a média é de 144 minutos.
Só pra se ter uma dimensão do custo com o congestionamento no país no Brasil, vale a comparação com o Produto Interno Bruto (PIB): são perdas de R$ 267 bilhões por ano, o que corresponde a cerca de 4% do PIB do Brasil.
Modais de transporte
Outro dado que o estudo aponta é que os brasileiros, em geral, integram três modalidades de transporte por semana, sendo que 70% dos entrevistados declaram que a principal maneira de se locomover é a pé. Logo em seguida, vem ônibus (46%) e o carro particular (43%). Uma grande novidade é a modalidade carros por aplicativos – cerca de 18% dos entrevistados citaram esse modal.
De maneira geral, a pesquisa mostra certa transformação na cultura de transporte no Brasil. Cerca de 30% dos entrevistados disseram que abriram mão do carro particular para utilizar outros meios de transporte. Uma das justificativas seria o gasto com os carros, além de uma mudança no estilo de vida.
A pesquisa, realizada pela Ipsos, entrevistou 1,5 mil pessoas de 18 anos ou mais, de todas as regiões do país. O estudo foi realizado entre os dias 29 de abril e 8 de maio de 2019.
O transporte público
Mesmo sendo uma opção mais barata para andar pelas cidades, o transporte público brasileiro é considerado caro. De acordo com um estudo do jornal Folha de S. Paulo, o paulistano e o carioca precisam trabalhar 14 e 13 minutos por dia, respectivamente, para pagar uma passagem de ônibus, enquanto o morador de Pequim tem que trabalhar por menos de 4 minutos.
De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os gastos com transporte público subiram mais de 30% ao longo de seis anos entre as famílias com renda per capita de até meio salário mínimo. Por outro lado, entre famílias com renda superior a oito salários mínimos houve queda de mais de 15%.
Vale lembrar que pessoas maiores de 60 anos têm direito à gratuidade – em cumprimento ao artigo 40 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) – tanto no transporte municipal quanto intermunicipal (com raras exceções).
Com informações de Agência EBS, Folha de S. Paulo e Istoé Dinheiro.