Revolução grisalha: idosos voltam às salas de aula

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Filhos criados, maturidade, tempo livre e aquela vontade de continuar ativo. Esse é o perfil de boa parte das pessoas com mais de 60 anos nos dias de hoje. Com as mudanças nos índices de expectativa de vida e produtividade, estamos vivendo um novo movimento: uma geração de idosos que decide voltar à sala de aula.

Hoje, no Brasil, há 18,9 mil universitários com idades entre 60 e 64 anos. Na faixa etária acima dos 65, o número é de 7,8 mil pessoas. Os dados incluem instituições públicas e privadas. As informações constam no Censo de Educação Superior de 2017, levantamento mais recente.

Só para ter uma ideia, no ano passado, mais de 15,5 mil pessoas com mais de 60 anos se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O aumento é progressivo. Há cinco anos, o número de inscritos era 70% menor.

E o número tem crescido em uma projeção acelerada nos últimos anos. São pessoas que não puderam estudar na juventude por questões financeiras; mulheres que tiveram a atribuição de cuidar da família e não puderam frequentar a escola; ou simplesmente escolhas profissionais que, à época, ofereciam retorno financeiro mais rápido.

Em linhas gerais, o que os vovôs e vovós universitários dizem é que o desejo foi motivado pela necessidade de atualização de conhecimentos, pela visão de um novo momento sociocultural, pela possibilidade de buscar uma nova carreira, ou simplesmente para sentirem-se produtivos acessando novos saberes.

Um país mais maduro

Hoje, o número de brasileiros idosos corresponde a 17% do total da população do país – são quase 24 milhões de pessoas com mais de 61 anos. A projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de que, até 2055, o número de pessoas nessa faixa etária supere o de brasileiros com até 29 anos.

A expectativa de vida atual do brasileiro é de 74,9 anos. Mas, segundo estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), a esperança de vida ao nascer no Brasil subirá para 81,2 anos até 2050. Com isso, o país alcançará países como França, Japão e Hong Kong, cuja média atual fica entre 81 e 82 anos.

O país está mudando e o perfil do idoso também. Um estudo inédito da Serasa Experian mostra como vivem os brasileiros com mais de 60 anos. De acordo com o levantamento, metade dos idosos que residem no Brasil faz parte da classe média e usufrui de boas condições de vida.

E segundo outro levantamento, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), seis de cada dez idosos entrevistados afirmam que  “aproveitar a vida” é a prioridade dessa fase da vida.

E o que significa “aproveitar a vida” para as pessoas que chegaram à terceira idade? Para alguns é viajar, outros dizem “curtir os netos”, mas muitos preferem continuar trabalhando ou retomar o sonho de se qualificar em alguma área.

Olhar no longo prazo

Para realizar o sonho da retomada dos estudos ou qualquer outro projeto de vida na maturidade é preciso planejamento. Durante a juventude e fase madura é importante investir em instrumentos financeiros que garantam uma aposentadoria tranquila. Além dos gastos com mensalidade, no caso das universidades privadas, existe todo o investimento em material didático, transporte ou alimentação, por exemplo. Gastos relativamente altos, mas um investimento que pode garantir dias inesquecíveis para qualquer pessoa.

Fontes: Época Negócios, Correio Braziliense, Serasa e IBGE.

 

 

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